quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Filmes que gostei



Viver / Ikiru (1952, Kurosawa) Uma vida de dedicação a um serviço público burocratizado e ineficiente refletida diante do câncer. O que resta de relações entre amigos e parentes? É possível se resgatar de uma vida tão mal vivida?

Morangos Silvestres / Smultronstället (1957, Ingmar Bergman) Um melancólico retorno ao passado, às paixões e tudo aquilo que toca na alma.

O Sétimo Selo / Det Sjunde inseglet (1957, Ingmar Bergman) Há mistérios na vida que só poderão encontrar vazão pela descrença ou pela fé.

Spartacus / Spartacus (1960, Stanley Kubrick) Às vezes, nem as armas mais modernas e as estratégias de guerra mais sofisticadas podem derrotar um homens movidos por sentimento.

O Olho do Diabo / Djävulens öga (1960, Ingmar Bergman) As tentações da Terra podem ser entusiasmantes para os que não vivem fantasias idealizadoras sobre o mundo.

12 Homens e uma Sentença / 12 Angry Men (1957, Sidney Lumet) A capacidade de ação de uma mente ágil e astuta para mudar um destino selado.

A Bela da Tarde / Belle de Jour (1967, Luis Buñuel) A mente humana e suas perversões sem preconceitos ou prejulgamentos, apenas revelada.

O Joelho de Claire / Le Genou de Claire (1970, Eric Rohmer) A energia masculina despendida para satisfação de um fetiche e, afinal, nem tudo é o que parece ser.

Laranja Mecânica / A Clockwork Orange (1971, Stanley Kubrick) Nessa sociedade distópica, quem são os verdadeiros deliquentes?

Amor à Tarde / L'Amour l'après-midi (1972, Eric Rohmer) Duas mulheres, uma sedutora, outra a esposa, a quem se conhece de longa convivência. Boas conversas e reflexões sobre o amor.

Livros lidos (ordem cronólogica)

Três contos (1877, Gustave Flaubert) Uma empregada sensível generosa, cuja vida é marcada pela perda. Um papagaio, no entanto, dá novo sentido à sua vida. No segundo conto, um santo medieval, São Julião Hospitaleiro. 

A Morte de Ivan Ilitch (1886, Leon Tolstoi) Uma carreira promissora na magistratura e uma vida pessoal sempre atenta às expectativas da sua classe são interrompidas por uma fatalidade. Do que valeu tudo isso, afinal?

Menino de Engenho (1932, José Lins do Rêgo) O Nordeste dominado pela Casa Grande, sob a condução incontrastável do seu Senhor. Uma deliciosa volta ao tempo dos engenhos em decadência.

Doidinho (1933, José Lins do Rêgo) O contraste da opressão do internato e os prazeres no engenho nordestino - pessoas, comida e liberdade aos olhos de um garoto.

O Estrangeiro (1942, Albert Camus) O mundo é uma grande farsa. Ao final, todos iremos morrer e nada é realmente importante a ponto de ganhar uma atenção indispensável. Só não espere a compreensão alheia.

Cangaceiros (1953, José Lins do Rêgo) O Nordeste cruel, sem falsas romantizações, em que a força da bala e do dinheiro são as verdadeiras autoridades e se impõem sobre todas as relações sociais. A vida vale pouco numa região abandonada à sua própria sorte.

O Fim da Eternidade (1955, Isaac Asimov) O amor e seu poder de influenciar decisivamente nos caminhos da história. Uma ficção sensacional.

O Homem do Castelo Alto (1962, Philip K. Dick) Os nazistas venceram a 2ª Guerra Mundial. Alemanha e Japão repartiram entre si os Estados Unidos. Os negros são escravos e os judeus se escondem em falsas identidades. Uma visão assustadora de um mundo comandado pelo totalitarismo que põe em xeque a própria noção de realidade.

Pontos de Vista de um Palhaço (1963, Heinrich Boll) A hipocrisia da elite burguesa aos olhos de um dos seus filhos. Uma crítica ácida à religião na Alemanha pós 2ª Guerra.

Androides sonham com ovelhas elétricas? (1968, Philip K. Dick) Num futuro distópico, após a guerra Terminus, poucos seres humanos sobraram na Terra. Quase todos os animas e plantas foram extintos e os que sobraram dão sentido à nova divisão social do planeta. Numa realidade sombria, um homem arrisca a vida caçando androides inteligentes em busca da sua própria espécie animal real.

O Guia do Mochileiro das Galáxias (1979, Douglas Adams) A Terra foi destruída e apenas dois humanos sobreviveram guiados por alienígenas. Uma viagem surreal e viciante pelo espaço e por planetas desconhecidos.

Cosmópolis (2003, DonDellilo) Uma grande metrópole e seu caos cotidiano aos olhos de um investidor multimilionário. A economia nas mãos dos círculos financeiros e uma anomia social coletiva.

Fantasma Sai de Cena (2007, Philip Roth) A Nova Iorque de Cosmópolis, menos distópica e mais real. As feridas aberta da guerra contra o terrorismo e os desejos irrealizáveis da mente masculina em primeiro plano.

O Verão Sem Homens (2011, Siri Hustvedt) Quanto mais as mulheres conhecem a si e exploram esse autoconhecimento para afirmar sua individualidade, maior sua capacidade de administrar e direcionar suas emoções. Não há amor mais doentio que não possa ser, com as medidas certas, superado.

O Habitante Irreal (2011, Paulo Scott) Amor e desencanto entre um jovem de classe média e uma índia em condições miseráveis. Alternativas para ele, fim de linha para ela.

domingo, 19 de outubro de 2014

Projetos políticos e cultura


Um dos principais expoentes do debate cultural no âmbito do marxismo, o intelectual Antonio Gramsci dizia que todos os indivíduos são intelectuais, visto que participam, em maior ou menor grau, de uma determinada visão de mundo, recheada de valores, expectativas, hábitos e de percepções sobre a realidade. Ainda que somente uma parcela exerça efetivamente a função de intelectual, todas as pessoas, na medida em que difundem essa ou aquela visão de mundo, contribuem para conservar ou transformar a existência humana.

Sua teoria política contribuiu para enriquecer e reoxigenar a esquerda brasileira a partir da década de 80, quando o Leste Europeu vivia a crise do socialismo real. Vista a partir de então com menor preconceito e não mais como um reflexo automático da base econômica, a cultura passou a ganhar maior importância na luta social da esquerda, contribuindo para a construção de novas práticas, novos sujeitos sociais e revelando uma maior atenção à formação de valores e atitudes políticas.

O nível das discussões nos marcos do processo eleitoral para a presidência do Brasil revela traços exemplificativos da teoria gramsciana, na proporção em que expõe a cultura manifestada enquanto filosofia de fé num cenário de disputa entre projetos em boa medida antagônicos. Afinal, é isso que sugerem os argumentos irracionais e críticas de baixo calão, cuja agressividade extrema sugere que estamos diante da final de uma Copa do Mundo e não de visões de país que, transformados em políticas públicas, vão beneficiar a interesses tais ou quais na sociedade brasileira.

É, portanto, absolutamente compreensível que certas camadas da sociedade depositem confiança no projeto representado por Aécio Neves. Durante o governo do PSDB, o acesso à universidade pública era privilégio de setores economicamente favorecidos, assim como o ingresso nos melhores cargos através de concurso público. Contratar empregados e empregadas era relativamente mais fácil, barato e menos burocrático no governo tucano. O problema é quando isso é mascarado por argumentos moralistas e acríticos, que apontam a corrupção como exclusividade deste ou daquele partido e não como resultado de um sistema político que começou muito tempo atrás para favorecer os donos do poder – os mesmos que impedem que o povo decida sobre um modelo mais democrático e menos excludente de sistema político.

A moralização e afirmações irreflexivas como as que apontam uma necessidade de alternância de poder buscam, na realidade, esconder caminhos e assertivas diferentes para o país. A luta pela realização de novos valores humanos não se encerra nas eleições de outubro, corresponde a um longo caminho a ser percorrido para que possamos viver com inclusão social, sem preconceitos e intolerância entre as pessoas. Além das questões econômicas e de distribuição social, está em jogo a busca contínua e perpétua pela construção democrática e o direito à vida e à liberdade. E é por isso que, do lado de lá, estão Marco Feliciano, Pastor Everaldo, Bolsonaro e Silas Malafaia, verdadeiros retrocessos civilizacionais.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

O Estrangeiro (Albert Camus, 1942)

Mersault é um sujeito atípico e conformado. Não uma conformação como a de quem espera a salvação na vida eterna e aceita passivamente o seu destino aguardando a compensação futura. Ele não espera nada da vida, não guarda grandes ilusões, desejos ou ambições. Sua resposta típica é "tanto faz". Quando a sua mãe morre, ele vai ao seu enterro de maneira protocolar, lamentando por conta do tempo que leva até chegar ao asilo onde ela passou seus últimos dias. Preferia que não houvesse a obrigação moral que exige sua presença nas cerimônias que se sucedem ao falecimento.

Para ele, todas as vidas se equivalem e o hábito resigna as pessoas, as quais se adaptam às suas novas condições sem maiores conflitos pessoais. Assim foi com a sua mãe, que o seguia com os olhos o tempo inteiro quando estava em casa e que, apesar da alteração proporcionada pela mudança para o asilo, teria, ao fim de alguns meses, chorado se a tivessem tirado de lá. Suas reflexões, francas, são profundamente humanas, como quando declara que todos os seres normais já haviam, em certas ocasiões, desejado, em alguma medida, a morte dos que amavam.

Pouco tempo após a morte da sua mãe, acompanhado da sua nova namorada, Marie, ele vai à casa de praia do amigo de seu vizinho, Sintès. Este está envolvido numa relação conflituosa com uma mulher e esse conflito terá um desfecho trágico na praia. Tomando as dores do amigo, Mersault, numa ocasião inusitada e estranha, portando a arma do amigo, desfecha quatro tiros contra o rival de Sintès, sendo preso por isso.

A seguir, na prisão, temos uma série de eventos que fazem relação com o julgamento. A pouca importância sobre a existência de Deus diante do juiz confirmam a personalidade prática do protagonista. Nem a possibilidade de ser condenado à morte o afeta. Qual é a diferença entre morrer agora ou morrer daqui a 20 ou 30 anos? O planeta tem 4,8 bilhões de anos e nossa existência individual (e mesmo a da espécie, que está na Terra a um período relativamente pequeno) nada mais do que é um simples sopro. Mortos, sem esperança de uma outra vida à nossa espera, nada disso terá mais qualquer importância. Não somos nós, apenas, que acabamos, mas o próprio mundo, o universo. Tudo, nessas condições, não passam de um nada.

Outras pessoas olhariam esse cenário e buscariam aproveitar o tempo de sua passagem na Terra, otimizando o prazer e adotando no hedonismo um refúgio diante da condição natural de que todos, na medida em que vivemos, damos, ao mesmo tempo, um passo a mais no encontro com a morte. Mersault é indiferente e um bom exemplo disso é quando aceita o casamento com Marie, sem discussão, sem buscar demover tal ideia como também sem grande entusiasmo diante da proposta.

Condenado à morte, não se desespera. Nega a visita do capelão e, apesar da insistência deste que acaba o encontrado, mantém-se fidedigno às suas convicções. É um personagem interessantíssimo,  cerebral, bem construído e contemporâneo. Sua riqueza maior está na ausência de superficialidades ou de guarida diante de uma sociedade fanática pelo padrão e pelo comum. Mersault é senhor de si, dotado de consciência crítica e emancipado das ilusões humanas que nos são tão presentes e intensas.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

(1981) Eles não usam black tie - Leon Hirszman

Em 1981, o povo brasileiro tomava as rédeas do seu destino e desarranjava a transição “lenta, gradual e segura” proposta pelo governo Geisel durante a década de 70. Os governos militares fracassaram na condução da economia, cuja maior expressão foi o bolo do crescimento econômico nunca dividido. Com a desigualdade social cada vez maior e as grande cidades inchando com contingentes populacionais migrando em ritmo acelerado, a qualidade de vida para uma imensa parcela de cidadãos se deteriorava. Os salários baixos, a desigualdade social escandalosa (o índice de gini, que demarca a desigualdade atingiu na década de 80 seu pior resultado, 0,636), os serviços básicos de saúde, moradia, educação, todos precários, frente a um povo que lutava pelo retorno aos direitos civis básicos, punham em movimento diferentes tipos de movimentos reivindicatórios. A “modernização conservadora” do país provocou uma maior pluralização e, em sentido contrário ao desejado pela ditadura, e por ela combatido, a um fortalecimento da organização popular autônoma frente ao Estado.

Neste filme dirigido por Leon Hirszman, essa combinação, aos olhos de uma família de operários no subúrbio da cidade grande, fornece uma dimensão riquíssima e inspiradora na interpretação de atores e atrizes fabulosos, como Gianfracesco Guarnieri (Otávio), Fernanda Montenegro (Romana), Bete Mendes (Maria), Carlos Alberto Riccelli (Tião), Milton Gonçalves (Bráulio) e Francisco Milani (Santini). A obra é inspirada na peça de mesmo nome e que, em São Paulo, ficou em cartaz durante um ano inteiro – fato inédito no teatro nacional.

No primeiro momento, conhecemos Tião e Maria, operários na fábrica e namorados. Diante da revelação da gravidez de Maria que conta a novidade a Tião na casa do namorado, ambos decidem noivar. Apesar dessa situação não estar nos planos de Tião, que pesa a condição financeira para sustentar uma família neste momento, ele recebe com contentamento a notícia, a qual anuncia ao seu irmão caçula, ao pai e à mãe, que já desconfiam, embora não tenham conhecimento, do real motivo para um noivado tão apressado. Neste momento, Maria se comporta dócil e passivamente, não exige nada, mas tem expectativas sobre o comportamento do futuro pai do seu filho, as quais são imediatamente satisfeitas por ele.


Suas famílias, simples, mas de uma humanidade transbordante, aceitam bem a novidade, embora as preocupações com a manutenção de um novo lar e a instabilidade do emprego dos noivos sejam questões que pairam constantemente. Otávio, pai de Tião, é um dos cabeças do movimento sindical na fábrica, movimento que aqui aparece na sua forma mais primitiva e autenticamente popular tal como se forja, com enorme influência, naquele período – sem grandes estruturas, com alto grande de solidariedade, espírito crítico e cooperação. Sua grande insatisfação com a maneira com que os patrões tratam a categoria é constante e ele organiza ações políticas com outros colegas para denunciar a situação dos trabalhadores e exigir melhorias.

Tião, que viu o pai ser preso duas vezes pelos militares, não deposita nenhuma fé na organização sindical. Influenciado por Jesuíno (Anselmo Vasconcelos), ele está convencido a colaborar com os patrões e entregar os nomes de líderes do movimento. Em virtude disso, os donos da fábrica demitem alguns dos principais cabeças visando a desarticulação sindical. A greve se aproxima, mas o que Tião espera é tirar proveito dessa oportunidade, o ponto alto da trama.

Quando a greve eclode, enquanto Otávio e outros trabalhadores apanham da polícia na tentativa de mobilizar os colegas, Tião assiste a tudo friamente, convocando os trabalhadores a não se juntarem aos protestos e se dirigirem ao trabalho. Seu pai é levado à prisão e a sua noiva é agredida na barriga por um homem a serviço dos patrões e levada ao hospital sangrando. Forma-se um rede de solidariedade na busca por informações e por conforto aos mais afetados pela reação patronal.

Após retornar à sua casa, Tião é hostilizado por Maria, que abandona o caráter frágil e manso para romper os laços que os unem. Ela não aceita o comportamento submisso e vassalo do seu agora ex-noivo em relação aos patrões. Seu pai, Otávio, e sua mãe, Romana, repetem na severidade da atitude a rejeição à personalidade do filho, expulsando-o do lar.

O filme termina de forma tocante, após o assassinato de um dos principais líderes dos trabalhadores, Bráulio, durante a mobilização da categoria. Uma ampla solidariedade se forma em torno da vítima, unindo não apenas os trabalhadores, mas outras categorias sociais em prol das reivindicações dos operários.

Eles não usam black tie (1981) é um filme histórico que retrata de forma muito rica e abundante os detalhes, gestos e hábitos de um certo contingente social, num determinado momento histórico, e que contribuiu para transformar a relação entre Estado e sociedade civil no Brasil, revelando, a seguir, a maior liderança popular do país nas últimas décadas, o ex-presidente Lula.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

(1985) Brazil - Terry Gilliam

 Em Brazil (1985), estamos em uma sociedade distópica, comandada por uma burocracia sem rosto, em que tudo é regido por papéis e procedimentos extenuantes, os quais são manobrados e manuseados não por uma impessoalidade weberiana, mas por um fetichismo onde máquinas e regras se impõem sobre os cidadãos e os controlam sem que haja uma esfera intermediária de regulação dos seus interesses. Prédios enormes e sem vida que sediam a administração pública funcionam como espaços asfixiantes, sufocantes, numa sociedade cujo extenso controle sobre o indivíduo anula e inviabiliza a existência de diferenças. A experiência visual dessa sociedade criada por Terry Gilliam é fascinante.

Há uma série de críticas sociais nesta obra que tem uma clara inspiração em 1984, de George Orwell. As inovações tecnológicas, a título de exemplo, são claramente incompreensíveis e parecem nunca funcionar a contento. Sua manutenção depende também de um Estado e de uma papelada que conduzem a um jogo de poder pessoal inerentemente conflituoso. A burocracia legisla, julga e executa, sendo a articuladora do simulado equilíbrio social. A alienação de amplas camadas sociais se dá pela inserção no consumo e no culto à beleza.

O enredo gira em torno de Sam Lowry que, após uma confusão boba que faz com que o Estado confunda um cidadão inocente com um terrorista, se envolve no caso e, na sequencia, mais profundamente, ao constatar que a mulher que aparece em seus sonhos está envolvida na discórdia. Aliás, atentados à bomba parecem ser tão banais nessa sociedade que as pessoas já não parecem se incomodar com a sua frequência.

Lowry é um indivíduo deslocado desse mundo. Ele não deseja a promoção que a mãe lhe consegue, não lhe atrai a esposa prometida, mas não há para si um ponto de fuga, a não ser nos seus próprios sonhos, momento em que enfrenta inimigos excêntricos e salva a mocinha do vilão. Na realidade, ele é apenas mais uma impotente peça que integra a engrenagem dessa sociedade bizarra e fria.

Brazil é uma caricatura do nosso mundo, no qual a reiteração dos horrores e das fraquezas humanas nos levam à naturalização dos problemas do nosso tempo e à indiferença quanto a esses. Não só isso, como a própria superficialidade dos nossos refúgios expressam uma natureza humana banal, vulgar e insignificante. Não poderia ser mais atual e rico em significados.